Grupo de Cubatão, que comemora 20 anos nos palcos, faz uso de diversas linguagens, unindo cinema, música, artes visuais, dança e teatro de bonecos…
O Teatro do Kaos, grupo que é referência de pesquisa teatral na Baixada Santista, traz para a cidade de São Paulo seus mais dois recentes espetáculos para apresentações no Teatro de Contêiner Mungunzá. Vocifera, livremente inspirado na obra O Inimigo do Povo (1882), do norueguês Henrik Ibsen, sobe ao palco dias 26 e 27 de setembro e 3 e 4 de outubro, quinta e sexta-feira, às 20h e Os Sapatos Que Deixei Pelo Caminho, que narra o universo de um migrante nordestino que vem para São Paulo em busca de seus sonhos, tem sessões dias 28 e 29 de setembro e 5 e 6 de outubro, sábado e domingo, às 20h.
Escrita por Victor Nóvoa e dirigida por Marcos Felipe e Lucas Beda, ambos da Cia Mungunzá de Teatro, Vocifera comemora 20 anos do grupo Teatro do Kaos e traz à tona a questão da escolha dos direitos. Por que o cidadão não pode ter todos os seus direitos atendidos? Por que é preciso escolher entre saúde e cultura, por exemplo?
Com interpretação de Fabiano Di Melo, Levi Tavares e Lourimar Vieira, a montagem trata dos (des) caminhos da conjuntura política atual. E lança mão de questões aparentemente locais e corriqueiras, para fazer uma análise crítica sobre o pensamento conservador pautado no discurso do medo e da violência sistêmica.
Mescla de linguagens
Os Sapatos Que Deixei Pelo Caminho faz uso de diversas linguagens, unindo cinema, música, artes visuais, dança e teatro de bonecos. Com argumento de Lourimar Vieira, a peça escrita por Cícero Lopes é dirigida por Marcos Felipe, da Cia Mungunzá de Teatro, e narra o universo de Poim, um migrante nordestino que vem para São Paulo em busca de seus sonhos. Através de suas recordações, o personagem vai reconstruindo a vida e criando novos pontos de vista e percepções para problemas comuns do mundo contemporâneo. Como pano de fundo dessa trajetória, a montagem passa por temas como migração nordestina e homossexualidade.
O diretor Marcos Felipe conta que no espetáculo busca se comunicar com o público por meio da poesia e metáforas. “Essa é uma obra mais intimista, mas que representa um espelho da nossa sociedade atual, discutindo conceitos arcaicos, preconceitos enraizados e verdades absolutas. O trabalho de criação foi em conjunto com os atores, que tiveram liberdade para trazer suas experiências para o texto e sugerir modificações”, explica ele.
Em Os Sapatos Que Deixei Pelo Caminho o uso de vídeo em cena é importante para situar o espectador cronologicamente dentro do espetáculo. “As projeções foram escolhidas porque o protagonista da peça, Poim, teve sua vida conduzida pelo o que via na TV. Usamos nos vídeos cenas de novelas e comerciais que localizam a plateia no tempo”, conta Marcos Felipe.
Teatro de Contêiner Mungunzá
Rua dos Gusmões, 43 – Luz (próximo à estação Luz do metrô)
Capacidade do Teatro: 99 lugares
Acesso para deficientes físicos
Ingressos:
R$ 30,00
R$ 15,00 (meia-entrada)
Venda online: pelo site Cia Mungunzá
Bilheteria: Abre uma hora antes do início das apresentações (aceita dinheiro e cartões débito/ crédito Visa e MasterCard).
Classificação etária: Recomendado para maiores de 16 anos
Vocifera
Dias 26 e 27 de setembro e 3 e 4 de outubro
Quinta e sexta-feira, às 20h
Duração: 45 minutos
Livremente Inspirado em O Inimigo do Povo, de Ibsen.
Dramaturgia – Victor Nóvoa. Direção – Marcos Felipe e Lucas Beda. Elenco –Fabiano Di Melo, Levi Tavares e Lourimar Vieira. Vídeos – Lucas Beda. Direção Musical – Gustavo Sarzi. Cenário – Marcos Felipe e Teatro do Kaos. Figurino – Sandra Modesto. Criação Gráfica – Leonardo Akio. Fotos – Luiz Guilherme. Desenho de Luz – Pedro Augusto. Técnico de Luz – Rafael Almeida. Técnico de Som/Projeção – Alisse Ribeiro. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Produção – Teatro do Kaos.
Os Sapatos Que Deixei Pelo Caminho
Dias 28 e 29 de setembro e 5 e 6 de outubro
Sábado e domingo, às 20h
Duração: 60 minutos
Argumento – Lourimar Vieira. Texto – Cícero Gilmar Lopes. Direção – Marcos Felipe. Diretora Assistente – Sandra Modesto. Elenco – Camila Sandes, Fabiano Di Melo, Levi Tavares, Lourimar Vieira e Luiz Guilherme. Vídeos – Lucas Beda. Fotos – Sander Newton.
Animação – Lucas Schlosinski. Trilha Sonora – Marcos Felipe e Sandra Modesto. Intervenção musical – Gustavo Sarzi. Locução – Theo Rangel. Bonecos – Márcia Alves. Cenário – Teatro do Kaos e Fabiano Di Melo. Cenotécnico – Fabiano de Melo e Irio Sandes. Figurino – Fausto Viana. Desenho de Luz – Pedro Augusto. Técnico de Luz – Rafael Almeida. Técnico de Som/Projeção – Alisse Ribeiro. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Produção – Teatro do Kaos.
O Teatro do Kaos
Fundado em 1997 foi considerado de Utilidade Pública Municipal pela Lei 2576/99 e de Utilidade Pública Estadual pela Lei 15.275/2013. A sede do Teatro do Kaos localiza-se em Cubatão (São Paulo) e inclui uma sala de espetáculos (único teatro da cidade). O grupo encenou as seguintes peças: Caim, A Divina Comédia, A Flor do Mangue, Bailei na Curva, Os Filhos da Política, A Aurora da Minha Vida, A Mandrágora, Este Ovo é um Galo, Caminhos da Independência e A Falecida, entre outros. Há 15 anos promove a encenação Caminhos da Independência, que faz parte do calendário oficial da cidade de Cubatão e já contou com a participação de atores como Alexandre Borges, Nuno Leal Maia, Juan Alba, Carlos Casagrande, Júlio Rocha, Monique Alfradique, Gustavo Leão e Gabriel Braga Nunes. Desde 2010 o Teatro do Kaos realiza o Projeto Superação, que qualifica profissionalmente jovens atores, além de ministrar oficinas para crianças e adolescentes
Foto da peça Os sapatos que deixei pelo caminho: Sander Newton
Foto peça Vocifera: Luiz Guilherme
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