Chuva Não. Tempestade!

Temporada prorrogada, no Teatro Eva Herz…

Na peça, as atrizes Cynthia Falabella e Natalia Gonsales vivem duas mulheres envolvidas com o mesmo homem…

A montagem parte desse conflito para apontar questões ligadas ao amor, à opressão feminina, à religiosidade e às convenções sociais. Simone (Natalia Gonsales) é uma empresária bem-sucedida e recebeu este nome porque sua mãe defendia os ideais feministas de Simone de Beauvoir (1098-1986). Já a cabelereira Teresa (Cynthia Falabella), uma mulher simples e de poucos recursos, recebeu da mãe religiosa o nome da santa Teresa D´Avila (1515-1582), pois acreditava que assim a filha teria uma vida abençoada.

Em comum essas mulheres têm o amor pelo mesmo homem: Hugo. Simone o conheceu primeiro. Um ano depois, Teresa começa o relacionamento mesmo sabendo da existência de Simone. Uma semana antes do casamento, Simone descobre Teresa.

No dia da cerimônia, Simone vai ao salão de Teresa para se arrumar, numa clara tentativa de provocação. Porém, uma chuva torrencial desaba sobre a cidade e as impede de sair do local. Presas, passam a limpo suas histórias num jogo onde não se sabe ao certo o que é ou não dito. Obstinada a conhecer essa mulher e desvendar mentiras e mistérios, Simone tenta manter a compostura fingindo não saber de nada.

“A cidade está sendo destruída pela chuva, mas parece que nada daquilo importa. O que interessa para elas é só aquele momento, o que estão vivendo. É como uma metáfora, uma certa apatia com relação a tudo que está acontecendo. A gente fica tão focado nos problemas, com as nossas coisas, que acaba não se preocupando com o que está ao nosso redor”, fala Franz Keppler.

A narrativa mescla lirismo e suspense, trazendo textos, pensamentos e referências às obras de Simone de Beauvoir e de Teresa D´Avila que contribuem para que o público reflita sobre a mulher e o seu papel na sociedade.

Foi durante as conversas com a equipe da peça que surgiram menções à filósofa francesa e ícone do feminismo. Em suas pesquisas, Franz Keppler se deparou com o conto A Mullher Desiludida que retrata a esposa que aceita o marido ter uma amante para não perder o seu amor. “Essa referência à Simone de Beauvoir traz uma busca pela libertação e ao mesmo tempo eu pretendia trazer uma oposição a esse personagem feminista. Portanto, achei interessante e simbólico colocar essa mulher que tem nome de santa por sua mãe achar que assim teria uma vida mais abençoada.”

Para o diretor Rafael Primot, a peça trata questões de relacionamentos humanos e de como as pessoas se comportam quando estão numa relação. “O diferencial é que a gente trabalha no campo do real, do que se diz socialmente, e daquilo que as pessoas pensam ou gostariam de dizer e não têm coragem. Minha função é dar voz a esse texto e asas para imaginação das atrizes, para juntos, criarmos e potencializarmos o que o texto propõe”, explica Primot.

 

Ficha Técnica:

Autor: Franz Keppler
Direção: Rafael Primot
Assistente de Direção: Guilherme Mazzei
Elenco: Cynthia Falabella e Natalia Gonsales
Participação: Guilherme Mazzei
Trilha Sonora: Marcelo Pelegrini
Luz e Cenário: Marisa Bentivegna
Cenotécnico: Cezar Resende
Figurino: Camila Amadei
Operador de Som: Caio Nogueira
Operador de Luz: Aldrey Hibbeln
Direção de Produção: Marco Griesi

Chuva Não. Tempestade!
Teatro Eva Herz
Livraria Cultura, Conjunto Nacional
Av. Paulista, 2.073 – Bela Vista – SP
Bilheteria: Terça a sábado, das 14h às 21h; domingo, das 12h às 19h.
Informações: (11) 3170-4059
Duração: 70 minutos.
Classificação indicativa: 12 anos.
Capacidade: 168 lugares (quatro lugares para cadeirantes).
Estreia dia 11 de maio, quarta-feira, às 21h
Temporada: Quartas e quintas-feiras, às 21h, até 28 de julho.
Dia 26/05 (Feriado Corpus Christi) sessão às 18h.
Ingressos: R$ 50,00

Vendas online: Ingresso Rápido

Fotos: Priscila Prade / Arquivo pessoal

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