Exposição mostra histórias de amor, superação e empoderamento de mães brasileiras

Exposição Retratos de Mãe, da fotógrafa Andréa Leal, com curadoria de Simone Silvério, mostra dezoito histórias reais dos desafios, dores, belezas da maternidade, de 13 de junho a 13 de julho na Galeria Studio Trend, no Alto de Pinheiros, em São Paulo…

 

 

 

 

Uma parteira, de 80 anos, ícone do parto humanizado, que já realizou mais de seis mil procedimentos, uma jovem mãe negra que cria sozinha a filha e defende a venda de mais bonecas negras nas lojas infantis. Histórias reais escritas pela premiada jornalista Sílvia Bessa fazem parte de uma exposição de fotos do projeto Retratos de Mãe, criado em 2017 pela fotógrafa pernambucana Andréa Leal, e que teve curadoria da fotógrafa paulista Simone Silvério.

A mostra reúne dezoito casos reais que marcam momentos de amor e cumplicidade entre mães e filhos – biológicos ou adotivos. “Estamos retratando mulheres fortes, com histórias marcantes, conhecer essas mães, escutar suas narrativas, entender seus sentimentos e registrá-los, de forma que as pessoas consigam interpretar suas histórias, foi o que eu quis passar” , diz a fotógrafa Andréa Leal, que defende, em seus projetos bandeiras como a amamentação, o parto natural e humanizado, a presença dos pais na vida dos filhos e o respeito às crianças especiais.

A mostra conta com um aplicativo de realidade aumentada que exibe um vídeo de cada mãe contando sua trajetória de amor, luta e superação.

A jornalista que escreveu as histórias, Sílvia Bessa, repórter especial do Diário de Pernambuco, também traz uma trajetória marcada pela maternidade. Com vinte anos de profissão e mais de vinte prêmios na bagagem, entre eles três Prêmios Esso, ela passou a escrever sobre temas envolvendo mulheres e mães após sua experiência de maternagem: primeiro com uma filha especial que viveu 111 dias e depois com duas filhas gêmeas.

 

 

Entre mães de bebês com microcefalia, há quem creia que Áurea Negromonte é um anjo da guarda que circula – falante – por aí. Tem as que a consideram madrinha da coletividade, aquela que cuida, socorre e dá carinho quando tem menino doente. Voluntária, Áurea começou frequentando hospitais para dar apoio às mães. Hoje se dedica a projetos que as integre ao mercado de trabalho. É mãe de Mariana e Guilherme e de dezenas de bebês chamados por ela de raros.

 

Jakyele Afonso
Em uma rua na zona Sul do Recife, tinha uma mãe humilde aflita para doar uma bebê. “A senhora não pode ficar com ela?”, perguntou à desconhecida Maria José, a Jô, que saíra para buscar uma filha na aula de piano. Jackyele é a bebê de três meses que dona Jô ganhou de presente. “O gesto de minha mãe biológica foi de amor”. Nunca mais a viu. Fez-se mulher com este olhar maternal de Jô. “Devo tudo a ela. Mamãe é a minha grande paixão”. Hoje Jakyele é mãe de Davi.

“Peço somente que, quando a menina crescer, não diga que eu a dei porque quis. Diga que dei porque não pude ficar com ela”, disse a mãe biológica de Jakyele que posa com a mãe adotiva.

 

Beth Queiroz
Um sequestro relâmpago mudou a vida da técnica de enfermagem UTIs Neonatal Beth Queiroz. Ela e a filha passaram oito horas com os sequestradores. “A partir dali, sabia que precisava dar mais atenção à minha filha”. Incrível foi o olhar maternal dela diante da violência. “O coração da gente não pode se impregnar do mal”. Beth cursou pedagogia, virou contadora de histórias voluntária de crianças ao lado de Bia.

 

 

 

Libânia Medeiros
Ao falar dos bebês nascidos pelas suas mãos, Libânia prefere usar o verbo “receber”. Parteira e referência na Zona Norte do Recife, o conjunto de letras dá amplitude a um significado. “Receber” no contexto de Libânia é pegar bebês nos partos; é ouvir alguém tocar a campainha do seu conhecido portão às 2 horas, ela se dispor a pegar na mão de uma parturiente e dizer “calma, vai dar tudo erto”. Dona Libânia tem centenas de filhos, três filhos do seu ventre e um “do coração”.

 

 

Curadora da mostra fotográfica, Simone Silverio, presidente da Associação Brasileira de Fotógrafos de Recém-Nascidos (ABFRN) e membro da Associação Americana de Fotógrafos Infantis(NAPCP), conta que se apaixonou pelo projeto assim que o conheceu e revela que se emocionou com cada uma das histórias. “Esse é um projeto repleto de aprendizado e crescimento que reúne muita gente talentosa”, define.

A exposição tem o apoio cultural de Fujifilm, Magipix, Viacolor e Virtual Produções.

 

 

 

 

Retratos de Mãe da fotógrafa Andréa Leal
Baseadas em textos da jornalista Silvia Bessa
Curadoria Simone Silvério
Galeria StudioTrend
Rua Costa Carvalho, 213 – Alto de Pinheiros
Período expositivo: De 13 de junho a 13 de julho
De segunda a sábado, das 9h às 18h
Entrada franca

 

Fotos: Andrea Leal

 

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