O violeiro Osni Ribeiro celebra a cultura caipira em show on-line

O cantor, compositor e violeiro Osni Ribeiro volta à cena pelo Edital PROAC Expresso Lei Aldir Blanc, para apresentar o espetáculo “Arredores”, em formato digital, com repertório baseado no álbum do mesmo nome, lançado em 2019…

 

 

A agenda, estabelecida para o período entre os dias 06 a 25 de abril, levará o espetáculo ao público por meio de canais virtuais no YouTube e Facebook da Sacada Cultural – Baixada Santista – SP, Fundação Cultural e Diretoria de Cultura de Ilha Solteira – SP, Centro de Tradições Caipiras de Atibaia – SP, TV Câmara Botucatu – SP, Coletivo Kabocl@ Cultural, no sudoeste paulista e Centro Max Feffer de Cultura e Sustentabilidade da cidade de Pardinho-SP.

Empunhando sua viola e acompanhado por uma banda afiada, com Arnaldo Silva (Violão e vocais), Rodrigo Pinheiro (Baixo e vocais), Marcos Lopes ( Acordeon), José Cláudio Lino ( Flauta e pífanos) e Moisés Shalon (Percuteria) , Osni Ribeiro irá conduzir os internautas a uma viagem inesquecível, com canções e temas instrumentais compostos nas suas quase quatro décadas de trajetória musical, construída com desenvoltura entre o universo caipira e a música brasileira contemporânea. São criações como “Paixão Violeira”, “Mais um Rei de Cantoria”, “Quadrinhas de Boi” e “Viola Santa” que fazem sucesso nas apresentações do artista pelo Brasil afora, com a proposta de um olhar atual para a poesia, os temas, tradições e valores fundamentais da cultura caipira.

O repertório de “Arredores” passeia ainda por alguns clássicos do cancioneiro popular brasileiro, como “Tocando em Frente” (Almir Sater e Renato teixeira), “Cabocla Tereza” (Raul Torres e João Pacífico), “Gostei da Morena” (Raul Torres), “Vou Buscar Boiada” (Rosalvo Libardi e Serrinha), “Romaria” (Renato Teixeira), “Peito Sadio” (Raul Torres e Rubens F. Bueno), “Menino da Porteira” (Teddy Vieira e Luis Raimundo), “Você Vai Gostar” (Elpídio dos Santos) e um pequeno tesouro: “Prece de Caboclo”, delicado e pouco conhecido valseado composto por Angelino de Oliveira, compositor da mundialmente reconhecida “Tristezas do Jeca”.

É possível identificar na apresentação blocos de canções, relacionadas entre si a partir de temas como a história e a beleza da música caipira, a saudade, a presença dos bois e das boiadas na cultura de diferentes regiões do país, além da religiosidade, tão presente no imaginário e nas manifestações culturais do interior do Brasil.

Nos shows, Osni ainda conta algumas histórias de sua carreira, marcada por três discos solo, participações em festivais e projetos musicais e inúmeras parcerias com nomes importantes da música brasileira independente.

“É um show para celebrar a viola caipira, a natureza, a amizade e a esperança”, afirma o violeiro. “As canções percorrem o nosso entorno, as paisagens, os sentimentos, as emoções que nos rodeiam. É um repertório que aproxima o público da música caipira com um estilo contemporâneo, ao mesmo tempo acaricia os corações saudosos da beleza da cultura interiorana”.

As apresentações digitais do show “Arredores” fazem parte do projeto contemplado pelo Edital PROAC Expresso Lei Aldir Blanc, através do Governo Federal, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa/PROAC.

Ficha Técnica
Osni Ribeiro – Voz e Viola
Arnaldo Silva – Violão e vocais
Rodrigo Pinheiro – Baixo e vocais
Marcos Lopes – Acordeon
José Cláudio Lino – Flauta e pífanos
Moisés Shalon – Percuteria
Produção audiovisual: Felipe Pugliese e Lucas Costa – Raiz Forte Produtora
Captação de áudio: Guilherme Chiapetta
Mixagem: Ney Couteiro
Cenografia: Aline Grego
Direção: Osni Ribeiro
Produção executiva: Abacateiro Produção & Arte
Show “Arredores”, de Osni Ribeiro

Programação

 

 

Sobre Osni Ribeiro

Osni Ribeiro nasceu em Botucatu, interior paulista, no alto da serra cantada por Angelino de Oliveira na inesquecível “Tristezas do Jeca”. Cresceu frequentando as áreas rurais da região, o maior celeiro de talentos da história da música caipira, de onde saíram artistas como Tonico e Tinoco, Zé da Estrada, Raul Torres, Serrinha e Carreirinho. Desde cedo pegou gosto pela boa prosa da gente que vivia da lida no campo e também por ouvir os programas caipiras transmitidos pelo rádio ao amanhecer e nos finais das tardes.

Assim, a chegada da primeira viola às suas mãos foi coisa natural. Ainda adolescente, entre as modas de Tonico e Tinoco, Zé Carreiro e Carreirinho e outros, já ensaiava suas primeiras composições. Em 1981, com o amigo Zé Lira (in memoriam) formou sua primeira dupla Zé Lira e Ribeirinho. Estrearam cantando ao vivo num programa de auditório na Rádio Emissora de Botucatu. Em quatro anos de atividades fizeram vários shows, apresentações no rádio e na televisão como no famoso Programa do Bolinha, na TV Bandeirantes, e foram premiados em festivais voltados para a música caipira pelo interior paulista.

Sua segunda dupla Riber e Renan, formada com Renato Silvestre, adotou um direcionamento mais comercial e chegou a gravar um LP em 1985, com todas as músicas compostas por Osni Ribeiro.

Em 1986, Osni inicia sua carreira solo e incorpora elementos de outros gêneros da música popular brasileira às suas composições. Participa e é premiado em dezenas de festivais pelo Brasil afora, especialmente em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. A participação em festivais é importante também pela abertura de seu trabalho para diferentes fronteiras musicais e poéticas, e pela chegada de novas amizades e novos parceiros de composição.

São dessa fase da carreira seus dois primeiros discos solo: “Osni Ribeiro” (1994) e “Bebericando” (1996). Inteiramente autorais, ambos apresentam repertórios ecléticos, unindo sambas e canções românticas, mas sem abandonar os ritmos regionals tradicionais. Além de seus discos, as composições de Osni figuram em 25 álbuns, dentre coletâneas de música brasileira independente, diversos CDs de festivais e discos gravados por outros intérpretes.

No final da década de 1990, inicia um trabalho de pesquisa e composição baseado na música do interior de São Paulo com, influência rítmica e temática da música caipira. O artista, cada vez mais, define seu caminho musical na confluência entre a música regional, feita no braço da viola, e a canção contemporânea. Sobre essa opção estética, declara: “Em meu trabalho autoral, procuro preservar e manter a tradição musical dos bons ares de Botucatu, buscando ainda traduzir em letra, música e rítmica a essência da música paulista – fruto da miscigenação do som mágico das violas portuguesas com o bater dos pés e mãos de nosso índios, influenciada depois por outras etnias que por aqui se instalaram”.

Um dos seus trabalhos mais marcantes foi a produção e composição dos temas e trilhas de viola do documentário “Encanto das Águas”, produzido pela EPTV-Campinas e veiculado em duas edições do “Globo Repórter”. Nessa época, a grande Inezita Barroso cita Osni Ribeiro em entrevistas, como um dos novos artistas da música regional cujo trabalho ela acompanha e aprecia. Em 2004 e 2005 teve trabalhos selecionados para o Prêmio Syngenta de Música Instrumental de Viola.

Osni também integrou o quarteto Êta Nóis, grupo com formação pouco usual (viola, violão, rabeca e acordeom) que se apresenta com sucesso em diversos shows pelo interior paulista e no programa “Viola, Minha Viola”, da TV Cultura.

Em 2008, ao lado do violeiro e luthier Kléber Silveira e do sanfoneiro Leroy Amendola, apresenta o espetáculo “Mazzaropi: o Carlitos Caipira”, que reúne algumas das melhores canções que integram o repertório dos filmes do comediante Mazzaropi, como “Guacyra” (Joracy Camargo e Heckel Tavares), “A Sanfona da Véia” (Brinquinho, Brioso e Raul Torres) e “Cai Sereno” (Elpídio dos Santos e Conde). Pequenos poemas e causos, também retirados dos filmes, costuram o roteiro do show, que circula com sucesso por várias cidades do interior paulista, especialmente em unidades do SESC.

Em 2017, ao lado de Claudio Lacerda, cria o espetáculo “Sobre Trilhos e Canções”, celebrando a presença do trem na música brasileira e sua influência no imaginário coletivo popular por meio de composições de autores como Milton Nascimento, Xavantinho, Almir Sater, Renato Teixeira, Raul Seixas e Adoniran Barbosa. O show também circula por várias cidades paulistas com ótima repercussão.

Paralelamente às suas atividades como cantor e compositor, Osni Ribeiro criou, ao lado do músico Claudio Fazzio, e foi organizador de 15 edições do Botucanto – Festival Botucatuense da Canção. O evento, premiado em editais da Petrobrás, Instituto Moreira Salles e Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo, recebeu artistas independentes de todas as regiões do Brasil e apresentou espetáculos de nomes consagrados da música brasileira como Alceu Valença, Luiz Melodia, Zeca Baleiro, Antonio Nóbrega, Almir Sater, Renato Teixeira, Lô Borges, entre outros. Gratuito, aberto ao público em geral e contando com oficinas, palestras e workshops em sua programação, o Festival teve um impacto local muito significativo, contribuindo para a formação de público e a consolidação de uma forte cena musical autoral em Botucatu e região.

Depois de doze anos atuando na Secretaria Municipal de Cultura de Botucatu, oito deles como secretário, Osni grava em 2018 o seu terceiro trabalho solo: “Arredores”. No repertório novas canções, temas instrumentais e clássicos do cancioneiro popular compostos por mestres como Angelino de Oliveira, Serrinha e Raul Torres.

O álbum traz participações de músicos respeitados como o acordeonista Toninho Ferragutti (que tocou com Gilberto Gil e Mônica Salmaso, entre outros), o cantor Marcelo Pretto (do Grupo Barbatuques), o maestro Jaime Além (diretor musical de Maria Bethânia por muitos anos), Toninho Porto (que tocou com Almir Sater), o violeiro Julio Santin e o cantor Claudio Lacerda, entre outros.

Também em 2018, sua composição “Viola” integrou a coletânea Viola Paulista lançada pelo SESC, com produção e curadoria de Ivan Vilela, que reúne 19 violeiros de diferentes regiões do Estado de São Paulo.

Em 2019, “Arredores” foi indicado entre os três melhores trabalhos de Música Regional para o Troféu Catavento, coordenado por Solano Ribeiro, na rádio Cultura, e esteve presente na “long list” de indicações ao Grammy Latino.

A primeira exibição pública baseada no repertório do disco aconteceu no final de 2018, no programa Sr. Brasil, da TV Cultura, ao lado do mestre Rolando Boldrin. O espetáculo homônimo estreou em janeiro de 2019 no Sesc Campinas e circulou por várias cidades paulistas, e foi apresentado também em cidades do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Distrito Federal.

Em agosto de 2019, Osni participou do projeto Tardes Musicais, da Casa Museu Ema Klabin, com o espetáculo “São Paulo Caipira”, levando por meio das canções, as crônicas de campo e cidade, as paisagens e os sentimentos dos homem comuns, recortes de tempos passados que confluem aos dias de hoje.

Em pleno período de quarentena, adaptando-se à tecnologia e novos modos de fazer artístico criou a “Moda da Quarentena” em parceria com Bob Vieira com grande repercussão nas redes sociais, relatando e antevendo os momentos que atravessamos. Ainda em 2020 integrou o Festival Quarentena Violada e com apoio do Centro Max Feffer de Cultura e Sustentabilidade e Instituto Jatobás, passou a produzir, escrever, editar e apresentar o programa “Manhã Violeira”, série audiovisual sobre viola, cultura e música raiz. No programa Osni conduz entrevistas com músicos e pesquisadores de viola, música e cultura popular, apresenta histórias e dados biográficos sobre figuras importantes da cultura caipira e apresenta canções de sua autoria, dos convidados e dos homenageados. Manhã Violeira foi veiculada pelos canais do Centro Max Feffer de Cultura e Sustentabilidade e agora licenciada para exibição pela plataforma Cultura em Casa da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa.

Esse período de restrições colaborou também na gestação de projetos para o futuro que incluem um novo álbum de canções inéditas, um álbum dedicado às tradicionais modas de viola e uma compilação completa da obra do compositor Angelino de Oliveira que, a parte da consagrada “Tristezas do Jeca”, tem seu riquíssimo trabalho autoral relativamente pouco conhecido.

Assim segue Osni Ribeiro. Cabeça e coração de poeta prontos para compor e cantar as trovas dos novos tempos e a viola na mão para celebrar a arte de sua terra e sua gente. “Nesses momentos difíceis que o país atravessa, temos que fortalecer nossa identidade, nossa cultura, o senso de coletividade e não deixar de lado a nossa história, pois foi ela que nos trouxe até aqui”.

 

Mídia Social:
https://www.facebook.com/osniribeirooficial
https://www.instagram.com/osniribeirooficial/
www.youtube.com/osniribeiro

 

Foto: Aline Grego

 

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