Baseado em William Shakespeare, ‘Insônia – Titus Macbeth’ faz temporada pelo Teatro Sérgio Cardoso Digital

Com dramaturgia de Sérgio Roveri e André Guerreiro Lopes, o espetáculo é protagonizado por Helena Ignez e Djin Sganzerla com produção de Alexandre Brazil…

 

 

 

 

Sucesso de público, premiado com o Prêmio Shell, o espetáculo Insônia – Titus Macbeth estreia em temporada digital no Teatro Sérgio Cardoso, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerido pela Amigos da Arte. A montagem é assinada por André Guerreiro Lopes, que traz aos espectadores duas das mais intrigantes tragédias de William Shakespeare proporcionando ao público uma experiência imersiva. A temporada estreia dia 1º de setembro, quarta-feira, às 20h, e as transmissões digitais são exibidas via plataforma Sympla Streaming.

Em sua concepção, havia a ideia de transposição de princípios do cinema para a cena, mas não de uma forma explícita. Em vez da encenação ser feita em palco italiano, onde o espectador tem um ponto de vista fixo e ideal, o diretor André Guerreiro colocou o público dentro da ação, imerso na cena, livre para circular entre os atores e o cenário durante a apresentação.

Dessa forma, o espectador escolhia a cada momento seu ponto de vista pessoal para as violentas tragédias de Macbeth e Titus Andronicus, um ponto de vista fluido e que demanda atitude, como se cada indivíduo fosse uma câmera livre para escolher em que focar, podendo assistir a cenas em “close” aproximando-se dos atores, em “plano geral” distanciando-se da cena, fixo em um local específico, em “travelling” caminhando durante a apresentação, etc. A ideia da imersão total é que o público não seja passivo diante da cena. Caixas de som foram espalhadas por todo o teatro para criar um ambiente sonoro polifônico, de 360º, como em uma sala de cinema.

No Prêmio Shell, o espetáculo foi indicado nas categorias Melhor atriz, com Helena Ignez, e melhor figurino, com Simone Nina, que foi premiada. Houve também indicações nas categorias de Melhor Direção, Melhor Espetáculo e Melhor Dramaturgia Sonora no Prêmio Aplauso Brasil.

A peça dá prosseguimento ao projeto Teatro Sérgio Cardoso Digital, plataforma que democratiza o acesso à cultura, permitindo que pessoas de outras regiões do país e do mundo possam prestigiar a programação do espaço. A proposta se estenderá para além deste período, oferecendo a modalidade online para quem preferir assistir aos trabalhos de dentro de casa, independente da necessidade de isolamento, em formato totalmente digital ou híbrido, com programação no espaço do Teatro e transmissão ao vivo.

 

Transposição da cena para o audiovisual

Para a versão online do espetáculo, o processo foi revertido, transpondo os princípios estéticos da cena para o audiovisual. A peça foi filmada em três planos sequências durante três apresentações distintas, com os cinegrafistas fazendo exatamente o mesmo papel do público: deslocando-se livremente por entre os atores, escolhendo a cada momento novos pontos de vista, decidindo enquadramentos no calor da hora. Esse material inédito forma o conteúdo principal da edição da versão online, que contará ainda com algumas cenas de ensaio, em uma montagem que embaralha os tempos: há o tempo teatral da ficção, o tempo distinto de quando cada filmagem foi feita e o tempo passado dos ensaios, tudo isso presentificado no hoje, na experiência do espectador em casa durante a pandemia.

A trilha sonora original, a voz e os instrumentos tocados pelos atores durante o espetáculo foram todos retrabalhados na versão online, usando a tecnologia da sonoridade binaural, que proporciona para o público remoto uma experiência sonora única, de 360º, criando a clara impressão de que os sons surgem de direções e distâncias distintas. A voz do ator, por exemplo, ora parece surgir ao lado do espectador, a poucos centímetros de distância, ora parece vir de muito longe. Os sons podem “andar” de um lado para o outro, como se estivessem sendo criados dentro da casa de quem assiste. Para a experiência completa dessa espacialização sonora, o espectador de casa deverá assistir ao espetáculo com o uso de fones de ouvido.

A versão remota da peça, dessa forma, terá uma linguagem audiovisual própria, distinta da montagem presencial, mas que reconstrói o conceito principal: colocar o espectador no centro do jogo, imerso em universo singular.
Sinopse

Nessa montagem, assinada por André Guerreiro Lopes, Macbeth e Titus Andronicus, duas das mais intrigantes tragédias de Shakespeare se fundem, proporcionando ao espectador em casa uma experiência imersiva. Na trama, Lady Macbeth, interpretada por Djin Sganzerla, nos conduz por uma história de ambição e assassinato, enquanto seguimos Titus, interpretado por Helena Ignez, em sua insana busca por vingança. As câmeras circulam livremente entre os atores em uma grande instalação, criando para o espectador a sensação de estar dentro do palco, junto dos personagens. A trilha sonora binaural completa a experiência, criando efeitos sonoros tridimensionais, sons e vozes que parecem vir de todas as direções.

Ficha Técnica
Texto: A partir das obras Titus Andronicus e Macbeth de William Shakespeare
Dramaturgia: Sérgio Roveri e André Guerreiro Lopes
Tradução de Macbeth: Marcos Daud
Direção e Concepção: André Guerreiro Lopes
Elenco: Helena Ignez, Djin Sganzerla, Michele Matalon, Samuel Kavalerski, Dirceu de Carvalho e Camila Bosso
Cenografia e Figurinos: Simone Mina
Concepção Sonora e Música: Gregory Slivar
Iluminação: Marcelo Lazzaratto
Assistente de Direção: Samuel Kavalerski
Câmeras: André Guerreiro Lopes e Cassandra Mello
Edição: Sergio Gag
Fotografia: André Guerreiro Lopes e Cassandra Mello
Idealização: Alexandre Brazil, André Guerreiro Lopes e Djin Sganzerla
Coordenação de Produção: Vanda Dantas
Direção de Produção: Alexandre Brazil
Realização Artística: Escritório das Artes e Estúdio Lusco-Fusco

 

 

 

 

Insônia – Titus Macbeth
Teatro Sérgio Cardoso Digital
Transmissão pela Sympla Streaming
Temporada: De 1 a 30 de setembro, quartas e quintas, às 20h.
Ingressos: R$20,00
A sala de transmissão digital abre com 15 minutos de antecedência. É recomendável acessá-la antes do horário de início da apresentação.
Duração: 90 min
Classificação indicativa: 14 anos

 

Sobre a Amigos da Arte
A Amigos da Arte, Organização Social de Cultura responsável pela gestão dos teatros Sérgio Cardoso e de Araras e do Museu de Diversidade Sexual (MDS), trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e iniciativa privada desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo difundir a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em seus mais de 15 anos, a entidade desenvolveu 58 mil ações que atingem mais de 25 milhões de pessoas.

 

Sobre o Teatro Sérgio Cardoso Digital
O projeto, criado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo em abril de 2021 e produzido pela Amigos da Arte, tem como objetivo principal transmitir as sessões das temporadas presenciais em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso e oferecer transmissões digitais para que o público assista de casa.

A ideia é democratizar o acesso à cultura a públicos variados, de outras cidades, estados e países, além de oferecer ao público da capital do Estado de São Paulo a alternativa de assistir aos trabalhos de forma remota, independentemente da necessidade de isolamento social. A ação também prevê a apresentação de temporadas exclusivamente digitais.

Desde a estreia, o projeto já recebeu quinze temporadas exibidas exclusivamente online, entre elas, A Despedida, A Genealogia Celeste de uma Dança, Propriedades Condenadas, Monstro, Sofisma, Mostra Feminina de Dança, Grupo Raça 40 Anos e a temporada digital do aclamado espetáculo Auê, da Barca dos Corações Partidos. Também apresentou duas temporadas híbridas, com sessões presenciais e transmitidas, A Bicicleta de Papel e Hamlet: 16×8.

A programação contou, ainda, com temporadas com recursos de acessibilidade, como Só se Fechar os Olhos (audiodescrição), Para Além do Gesto (tradução em libras) e Swing Era (tradução em libras e legendagem em português). A maior parte das gravações são realizadas com antecedência nos palcos do próprio Teatro Sérgio Cardoso, viabilizando as transmissões. Além disso, segue em curso a programação da #CulturaEmCasa, plataforma de conteúdo cultural gratuito, criada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerida pela Amigos da Arte, que oferece centenas de eventos artísticos em diversas linguagens, como dança, teatro, música e performance.

 

Sobre o Teatro Sérgio Cardoso
Localizado no boêmio bairro paulistano do Bixiga, o Teatro Sérgio Cardoso foi inaugurado em 13 de outubro de 1980, com uma homenagem ao ator. Na ocasião, foi encenado um espetáculo com roteiro dele próprio, intitulado “Sérgio Cardoso em Prosa e Verso”. No elenco, a ex-esposa Nydia Licia, Umberto Magnani, Emílio di Biasi e Rubens de Falco, sob a direção de Gianni Rato. A peça “Rasga Coração”, de Oduvaldo Viana Filho, protagonizada pelo ator Raul Cortez e dirigida por José Renato, cumpriu a primeira temporada do teatro. Em 2020, o TSC cumpriu 40 anos de atividades, tendo recebido temporadas importantes de todas as linguagens artísticas e em novos formatos de transmissão, se consolidando como um dos espaços cênicos mais representativos da cidade de SP.

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Foto Dirceu de Carvalho: André Guerreiro Lopes

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