Ciclo de Estudos do Projeto “Sem Palavras”, com a companhia brasileira de teatro e convidades

Ciclo tem a participação da escritora, pesquisadora e transativista Helena Vieira e das artistas Kenia Dias, Giovana Soar e Key Sawao…

 

 

 

 

De 17 a 20 de setembro de 2021, a companhia brasileira de teatro realiza, gratuitamente e de maneira online pela Sympla, um Ciclo de Estudos em que o público poderá ter acesso a uma série de atividades como aulas, filmes e workshops vinculados ao processo da criação da nova obra da companhia, o “Sem Palavras”.

A peça flagra os deslocamentos e travessias que ocorrem durante um dia ao redor de um apartamento. Oito pessoas de diferentes corpos, imagens sociais, referências, histórias de vida e mundos imaginados passam por ali e são a base para reflexões sobre a palavra e também sua ausência, já que o espetáculo aposta em visualidades que comunicam ao público sem uso da linguagem textual.

A atual montagem, junto com Projeto bRASIL e Preto, compõe uma espécie de trilogia para refletir territórios em que palavra e corpo são elementos indissociáveis. A peça, composta por pesquisas que passam pela performance, teatro, dança e visualidades diversas, tem direção e texto assinados por Marcio Abreu, que também divide a dramaturgia com Nadja Naira. A ficção é livremente inspirada no livro Um apartamento em Urano: crônicas da travessia, do filósofo espanhol transgênero Paul B. Preciado e nos escritos da autora, jornalista e ativista brasileira Eliane Brum.

Como Marcio define, a adaptação parte de um lugar do sensível, e não de uma correspondência literal. Não há as palavras usadas por Preciado na peça, mas sim um diálogo permanente de criação, o que se encontra também com o trabalho de outros pensadores e ativistas a exemplo de Eliane Brum, referenciada como uma das inspirações para a criação dos textos que compõem a peça.

 

Dia 17 de setembro, sexta-feira, 20h
Com a escritora, pesquisadora e transativista Helena Vieira
Política, Arte e Interpretação

Há uma arte deste tempo? Qual o papel do teatro nas relações e sentidos do poder e das resistências que se estabelecem no cotidiano? A partir das discussões de Susan Sontag e também de Augusto Boal, pensando um pouco a política, as palavras e os sentidos, esta aula tentará produzir afetações, reflexões e problematizações que se revelem ricas para o fazer artístico e teatral cotidiano.

Helena Vieira é pesquisadora, transfeminista e escritora. Estudou Gestão de Políticas Públicas na USP. Foi colunista da Revista Fórum e contribuiu com diversos meios dê comunicação como o Huffpost Brasil, Revista Galileu (matéria de capa sobre transexualidade), Cadernos Globo (Corpo: Artigo Indefinido), Revista Cult e Blog Agora É que São Elas da Folha de São Paulo. Foi consultora na novela a Força do Querer da Rede Globo. Recentemente, foi co-autora dos livros ” História do Movimento LGBT ” organizado por Renan Quinalha e James Green, ” Explosão Feminista” organizado por Heloísa Buarque de Holanda, ” Tem Saída? Ensaios Críticos sobre o Brasil”, organizado por Rosana Pinheiro Machado e ” Ninguém Solta a Mão de Ninguém: Um manifesto de resistência”, da editora Clarabóia. Dramaturga, fez parte do projeto premiado pela Focus Foundation na categoria Artes Cênicas” Brazil Diversity”, em Londres, com a peça ” Ofélia, the fat transexual”. Foi Assessora Parlamentar na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, atuando com Direitos Humanos, LGBTs, Saúde Mental e idosos.

Em 2019 desenvolveu junto ao Laboratório de Criação do Porto Iracema das Artes, pesquisa dramatúrgica intitulada “Onde estavam as travestis durante a Ditadura?”. Atualmente é assessora para a Cultura da Diversidade na Escola Porto Iracema das Artes.

 

Dia 18 de setembro, sábado, 19h
Com a diretora, coreógrafa, pesquisadora e artista pedagoga Kenia Dias
Prática de composição: estudo do movimento central e periférico
Nessa aula, em um primeiro momento, estudaremos as espirais musculares por meio de movimentos que partem da coluna. Em um segundo momento, estudaremos movimentos que partem do centro e da periferia do corpo, de forma a expandir as possibilidades de improviso e composição de uma dança.

Kenia Dias coordena o estúdiofitacrepeSP-ateliê de som e movimento, um espaço independente de pesquisa e criação nas artes da cena. Seus últimos trabalhos são: Rotas Inventadas, direção em parceria com Ricardo Garcia realizada com alunos da ESMAE/Porto/PT (2019); Corpo-Acúmulo em parceria com Ricardo Garcia -Porto Alegre em Cena (2019); Eu de Você com Denise Fraga, direção de movimento (2019); PretoperItamar com Grace Passô, direção de movimento (2019); Outros, direção de movimento/peça realizada pelo Grupo Galpão/MG (2018); Heresia, ou o Ponto de Vista da Carne Queimada, direção de movimento (2018/SP); Cordial é a Caravela que te Pariu em parceria na direção com Ricardo Garcia realizada com formandos da EAD/USP (2018); Acúmulos, peça realizada com o Núcleo Experimental de Artes Cênicas do Sesi em parceria na direção com Ricardo Garcia e na dramaturgia com Márcio Abreu (2018/SP); Estudos sobre as Distâncias, realizado em parceria com Marisa Lambert e Silvia Geraldi (2017/Fomento de Dança/SP); Sublime Travessia, colaboração para Dudude Herrmman (2017/BH); Fílon – o Teatro do Mundo em parceria com Ricardo Garcia, Allyson Amaral e Ana Paula Lopez (2016/SP); Vaga Carne de Grace Passô; equipe de criação (2016); Dois ou Três Dedos com a Andaime Companhia de Teatro (2015); Carne Moída, direção em parceria com Grace Passô, realizada com formandos da EAD/USP (2014).É doutora em Comunicação e Semiótica na PUC/SP pesquisando crítica de processo em artes cênicas. Ministras aulas nos cursos de Atuação na SP Escola de Teatro. Foi professora na Escola Livre de Teatro de Santo André/SP. Morou 5 anos em Belo Horizonte ministrando aulas de teatro no curso livre do Galpão Cine Horto, onde também, foi coordenadora dos Núcleos de Pesquisa. Ainda em BH foi professora do curso profissionalizante de dança e de teatro do Cefar-Palácio das Artes e participou da equipe de direção da Companhia de Dança do Palácio das Artes dirigida por Sônia Mota. Mestre em Arte pela UnB -Universidade de Brasília e Bacharel em Interpretação Teatral pela mesma instituição.

 

Dia 19 de setembro, domingo, 19h
Com a diretora, escritora, tradutora e atriz Giovana Soar
Práticas de teatro contemporâneo

Esta oficina parte do estudo de alguns exemplos de escrita de teatro contemporâneo, e do repertório da companhia brasileira de teatro. A partir de sua análise, tenta compreender seus desdobramentos na cena e no ator. Para uma nova escrita, são necessários um novo ator e uma nova visão sobre o espaço do teatro, no seu mais amplo sentido.

Na oficina serão utilizados textos de diversos autores da dramaturgia francesa contemporânea, onde a questão da língua/linguagem, a tradução, sua adaptação para a língua portuguesa, entre outras considerações, também serão temas abordados. Os integrantes da oficina poderão entrar em contato com novos textos, autores e estímulos provocados a partir de novas dramaturgias.

Giovana Soar, atriz, diretora e tradutora possui bacharelado em Artes Cênicas, pela PUC/PR, desde 1991, com habilitação em Direção Teatral. Fez licenciatura e mestrado em Teatro, pela Universidade Paris III – Sorbonne Nouvelle. Tem formação e cursos de especialização com diretores como: Antunes Filho, Antonio Abujamra, Marcio Aurélio, Celso Nunes. Atua como atriz, e dentre seus principais trabalhos estão: Os Saltimbancos; Alice no País das Maravilhas; As Bruxas de Salém; O Menino Maluquinho; Hamlet; Dorotéia (em francês); A Maldição; O Pequeno Mago; Um chão é um chão; No final vire à esquerda; O Rato no Muro; Suíte 1; Apenas o fim do mundo; VIDA, Isso te interessa? Esta Criança.

Desenvolveu parceria artística com o grupo francês Théâtre de la Tentative, entre 2001/2005. Atua também como interprete e assistente de diretores franceses, já tendo trabalhado com: Claude Regy, Georges Lavaudant, Sotigui Kouiaté, Gildas Milin, Benoit Lambert, Jean Damien Barbin, Guy-Pierre Coulout e Lea Dant. Em 2003 dirigiu a peça A Melhor Parte do Homem, fruto do intercâmbio com o grupo francês Théâtre de la Tentative.

É tradutora e lançou em 2006 numa edição bilíngüe a peça de Apenas o Fim do Mundo de Jean-Luc Lagarce, primeiro volume da coleção Palco sur Scène, e em 2007 o texto Eva Perón do autor franco-argentino COPI, pela editora 7 Letras. Entre 1999 e 2002 foi membro da equipe de Programação do Teatro Alfa de São Paulo.

 

Dia 20 de setembro, segunda-feira, 19h
Com a diretora, coreógrafa e dançarina Key Sawao
Corpo vivo – movimentos infinitos

Foco em treinamento técnico e pesquisa de movimento.

Fundamentado em suas experiências, práticas e trocas artísticas, treinamento em técnicas orientais corporais de diversas influências e pesquisa de movimento.

Relações entre o corpo, a memória e o imaginário; os fluxos de movimento, percepção do tempo e suas variações no corpo e no espaço.

Key Sawao é artista da dança nascida em São Paulo, diretora, coreógrafa e dançarina com formação em dança contemporânea e práticas orientais de movimento. Criou, integra e dirige em parceria com Ricardo Iazzetta a KZ&C -keyzetta e cia. Pesquisa as relações entre o corpo a memória e o imaginário, a potencialidade da síntese, os fluxos de movimento, percepção do tempo e suas variações no corpo. Investe na criação de um espaço para desenvolver pesquisas em espetáculos cênicos e performances criando diálogo com outros artistas. Criou os solos “mudas -em processo” a partir da experiência com o grupo Tamanduá de Dança Teatro e seu diretor Takao Kusuno em viagem ao Japão/2003(este solo segue seu percurso, atualizando-se no tempo), e “Hana –quanto tempo, inspirado em um estudo sobre memórias e ancestralidade. Seguindo com sua pesquisa mergulhou em estudos de movimento -Estudo de Movimento1, 2, e 3, e depois Experiência3acompanhadapor Mariá Portugal na bateria e Experiência4em parceria com Hedra Rockenbachna música ao vivo. Em Experiência3 e 4, é o encontro das artistas que produz a obra a cada vez, a partir dos atravessamentos e cruzamentos de tempos e percursos em acontecimento e foram apresentados em diversos eventos como Modos de Existir/Sesc, curta temporada Sesc Pinheiros, Bienal Sesc de Dança, Festival Múltipla Dança em Florianópolis-SC, entre outros. Paralelamente ministra cursos e trabalha com outros artistas como preparadora corporal, colaboradora artística e orientando pesquisas e processos. Trabalhos mais recentes: Em 2019 foi artista convidada de “En danseuse” de Alain Michard (FR) projeto realizado pelo Sesc Consolação. Com a key zetta e cia. Realizou o Projeto UNISSONO –acontecimento de dançar juntos, circulação da peça infantil Para Todos os Seguintes, e RIR-intervenção segundo movimento para a Bienal Sesc de Dança. O núcleokey zetta e cia. Criou cerca de doze peças, as mais recentes são Obrigado por vir, SIM, RISO, RIR –Intervenção Segundo Movimento e UNÍSSONO –acontecimento de dançar juntos. Recebeu alguns dos mais importantes prêmios e apoios para pesquisa e criação em dança: APCA 2009 e 2013 e indicações 2016 e 2017; Prêmio Denilto Gomes 2014 e 2017; Programa de Fomento à Dança em diversas edições, Prêmio Funarte Klauss Vianna, Pró Cultura, Cultura Inglesa Festival, Proacentre outros. Foi indicado ao Prêmio Governador do Estado em 2015 e 2017.

 

Dia 20 de setembro, segunda-feira, 20h30
Duração: 60 minutos, seguido de bate-papo com diretores do documentário.
Transmitido gratuitamente pelo Canal de YT da companhia brasileira de teatro.

Apresentação do documentário Travessias, criado por Clara Cavour, a partir do processo de criação do espetáculo Sem Palavras realizado no Teatro Oi Futuro Flamengo entre junho e agosto de 2021.
Dirigido por Clara Cavour e Marcio Abreu, o documentário tenta dar conta do processo de criação de Sem Palavras, último espetáculo criado pela companhia brasileira de teatro, no momento final de sua construção, no Teatro Oi Futuro Flamengo, onde projeto artístico, pensamentos e desejos criativos ganham corpo e se transformam numa peça de teatro.

Sem Palavras, junto com projeto bRASIL e Preto, compõe uma espécie de trilogia para refletir territórios em que palavra e corpo são elementos indissociáveis. A peça, composta por pesquisas que passam pela performance, teatro, dança e visualidades diversas, tem direção e texto assinados por Marcio Abreu, que também divide a dramaturgia com Nadja Naira.

Ficha técnica
Uma produção da companhia brasileira de teatro
Em co-produção com Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt am Main/GE, Théâtre Dijon Bourgogne – Centre Dramatique National/FR, A Gente Se Fala Produções Artísticas – Rio de Janeiro/BR
Apoio: Passages Transfestival Metz/FR
Correalização: Centro Cultural Oi Futuro
Projeto realizado por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura e Secretaria de Cultura
Patrocínio: Oi, Governo do Estado do Rio de janeiro e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa

 

 

 

 

Documentário, aulas e workshops transmitidos gratuitamente pelo Canal de YouTube da companhia brasileira de teatro: https://www.youtube.com/c/CompanhiaBrasileiradeTeatro

*Grátis – é necessário fazer a reserva pelo sympla

17/09, sexta-feira, às 20h – Helena Vieira – Política, Arte e Interpretação
https://organizador.sympla.com.br/event/preview/1344646

18/09, sábado, às 19h – Kenia Dias – Prática de composição: estudo do movimento central e periférico
https://organizador.sympla.com.br/event/preview/1344661

19/09, domingo, às 19h – Giovana Soar – Práticas de teatro contemporâneo
https://organizador.sympla.com.br/event/preview/1344664

20/09, segunda-feira, às 19h – Key Sawao – Corpo vivo – movimentos infinitos
https://organizador.sympla.com.br/event/preview/1344665

20/09, segunda-feira, às 20h30 – Documentário Travessias
https://organizador.sympla.com.br/event/preview/1345743

 

Fotos Helena Vieira e das artistas Kenia Dias, Giovana Soar e Key Sawao (em sentido horário): Divulgação

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