Cia. Les Commediens Tropicales comemora 16 Anos com novas Interfaces Artísticas

15 anos + 1_Cia LCT e ADV traz à cena três obras cênicas – parceria da Cia. LCT, quarteto À Deriva e Bruta Flor Filmes –, onde a música é teatro, o teatro é música e tudo é vídeo…

 

 

 

 

 

 

Produzir novas imagens, novas questões e novos modos de existir e produzir teatro contemporâneo é o ponto de partida de 15 anos + 1_Cia LCT e ADV, projeto que comemora os 16 anos da Cia. LCT. Com novas interfaces artísticas o projeto acontece de 2 a 8 de dezembro no YouTube do Centro Cultural São Paulo e apresenta três obras – Medusa in.ConSerto – o documentário, Música para poltrona vazia e in.verter à deriva – seguidas de conversas com artistas e pensadores.

Para os integrantes da Cia. LCT, a programação do 15 anos + 1_Cia LCT e ADV realizada em conjunto com o quarteto À Deriva e a Bruta Flor Filmes é quase passar em revista o passado como mecanismo para garantir ações futuras, de sobrevivência em tempos ainda pandêmicos e absolutamente incertos. As três obras foram pensadas e criadas para o ambiente virtual, sendo que duas são desdobramentos de espetáculos do grupo. “Propomos olhar para o nosso passado, verticalizando a existência presente e projetando futuros”, define a atriz e produtora Tetembua Dandara.

Medusa in.ConSerto – o documentário abre a programação com apresentações dias 2 e 4 de dezembro, quinta-feira e sábado, às 19h30. A partir do mito de Medusa é construído um doc-ficção musical em que Medusa é entrevistada pela primeira vez e conta a sua versão do mito, em que ela é vítima de um estupro. A narrativa de Medusa é atravessada pelo som do funk, pela palavra em verso e prosa e recontada (ou reprogramada) a partir da ótica da mulher estuprada.

Nos dias 3 e 5 de dezembro, sexta-feira às 19h30 e domingo, às 19h acontecem as apresentações de Música para poltrona vazia. A partir de uma instalação cênico-sonora binaural para espaços públicos (instalada em vários locais da capital paulista, como uma ponte sobre o Rio Tietê), essa obra convida o espectador a experimentar uma construção sonora e audiovisual que se completa com a interferência no cotidiano. Sua composição com sete caixas acústicas em volta de uma poltrona rapta o olhar (e o ouvido) da pessoa que se depara com sua execução. A poltrona, quando não ocupada, ressignifica a música sem ouvinte aparente, quando ocupada, permite ao espectador se apartar do espaço ao redor e mergulhar na música do quarteto À Deriva.

in.verter à deriva encerra a programação com apresentações de 6 a 8 de dezembro, segunda a quarta-feira às 19h. O experimento cênico audiovisual híbrido entre documentário e ficção é um desdobramento da intervenção (ver[ ]ter) à deriva realizada pela Cia. LCT. A partir da gravação de novas ações no espaço público adaptadas para o contexto da pandemia foram adicionados alguns registros de arquivo das apresentações feitas ao longo dos 10 anos da obra original. A obra também integra a programação da MITbr – Plataforma Brasil, que acontece de 1º a 5 de dezembro.

 

 

De Brecht a Banksy

Desde a estreia da peça Galvez Imperador do Acre, em abril de 2005 no CCSP, até janeiro de 2020, a Cia LCT realizou mais de 40 temporadas na cidade de São Paulo, com um total de mais de 600 apresentações de doze diferentes obras. Os mais diferentes nomes participaram das investigações teatrais, das discussões formais, dos anseios criativos para manter pulsante o diálogo entre os desejos estéticos, a realização cênica e a troca efetiva com o público.

São 16 anos de trocas e interferências de grupos de teatro e dança, como Coletivo Bruto, Cia. dos Outros, Tablado de Arruar, Cia. Paidéia, Engenho Teatral, Cia. São Jorge de Variedades, Nova Dança 4, Os Fofos Encenam, Sobrevento, Razões Inversas, Folias d’Arte, Elevador de Teatro Panorâmico, Cia de Teatro Acidental, Grupo XIX de Teatro e Cia. Mungunzá́, entre outros.

“Até então, criamos, trocamos, afetamos e fomos afetados nesses traçados acima. De peças a intervenções, plágios e criações, livros, discos, documentários. De Brecht a Banksy, do dialógico ao pós-dramático, da busca à busca. As duas coisas são boas, diria Baal. Do hoje ao fim do homem e de algumas utopias: é definitivamente o que urge agora”, explica Paula Mirhan, que está no grupo desde a sua criação. “Essa programação é resultado de nossa sede de criar e nos provocarmos em um contexto pandêmico.”

 

 

 

Sobre a Cia. Les Commediens Tropicales

Criada em 2003, dentro do curso de artes cênicas da Unicamp, a Cia. Les Commediens Tropicales está hospedada na capital paulista desde 2005, quando realizou a transposição do romance Galvez Imperador do Acre, de Márcio Souza, para os palcos. Com encenação de Marcio Aurelio, o espetáculo estreou no Festival de Teatro de Curitiba e fez temporada no Centro Cultural São Paulo. No mesmo ano a Cia. foi contemplada pelo Prêmio Estímulo Flávio Rangel da Secretaria de Estado da Cultura para montar a obra CHALAÇA a peça, baseada no romance O Chalaça, de José Roberto Torero e dirigida por Marcio Aurelio. A montagem estreou em 2006 no Sesc Santana e já realizou oito temporadas em São Paulo, com mais de 120 apresentações e participação em vários festivais. Em 2007 adaptou o romance A Última Quimera, de Ana Miranda com provocação cênica de Georgette Fadel e Verônica Fabrini. O espetáculo estreou no Sesc Avenida Paulista. No ano seguinte, o grupo desenvolveu o espetáculo 2º d.pedro 2º com provocação cênica de Fernando Villar, que realizou três temporadas em São Paulo. Em 2009 foi contemplada pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz para criação do espetáculo O Pato Selvagem, de Henrik Ibsen que estreou em janeiro de 2010 no Sesc Santana, onde também foi realizada mostra de repertório dos cinco anos de atividades da Cia. Em 2010 foi contemplada pela Lei de Fomento ao Teatro do Município de São Paulo e desenvolveu o projeto O que fazer com isso? em que foram realizadas temporadas de quatro espetáculos anteriores, uma série de experimentos com artistas convidados que culminou na obra (ver[ ]ter), uma coleção de intervenções cênicas que dialogam com o artista britânico Banksy e que teve participações de Georgette Fadel, Tica Lemos, Andréia Yonashiro e Coletivo Bruto. (ver[ ]ter) fez temporada no CCSP, Oficinas Culturais Oswald de Andrade, participou do programa Cultura Livre SP, Circuito Sesc de Artes, Mostra Sesc de Artes e foi selecionado para o FIT Rio Preto e FIT Dourados.

Em 2011 foi contemplada pelo programa de Ação Cultural, da Secretaria de Estado da Cultura, para realização da obra Concílio da Destruição. Com dramaturgia de Carlos Canhameiro, finalista do Prêmio Lusobrasileiro de Dramaturgia e provocação cênica do Coletivo Bruto, a peça estreou em janeiro de 2013 no Sesc Pompeia e fez outra temporada no Teatro Cacilda Becker. Em 2012 foi contemplada no Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, onde foram realizadas temporadas da obra (ver[ ]ter) em diversos pontos da cidade e o colóquio sobre teatro performativo. Em 2013 foi contemplada pela Lei de Fomento ao Teatro, onde realizou o Laboratório Permanente de Plágio, reencenação das obras Corra Como um Coelho (Cia. dos Outros), Petróleo e Quem não sabe mais o que é, quem é e onde está, precisa se mexer (Cia. São Jorge de Variedades). Em 2015 estreou a Guerra sem batalha ou agora e por um tempo muito longo não haverá mais vencedores neste mundo, apenas vencidos em conjunto com o Quarteto à Deriva, a partir de textos de Heiner Müller. No mesmo ano, comemorando 10 anos de palco, o grupo realizou uma mostra de repertório e em 2016, estreou o espetáculo Baal.Material, inspirado em Brecht. Em 2017 dá início ao projeto Medusa Concreta com as reestreias de Baal.Material, MAUSER de garagem e Concílio da Destruição, além da estreia de Medusa Concreta, criada ao longo de 2018 com estreia em agosto.

Ficha Técnica
Concepção – Cia LCT, ADV e Bruta Flor Filmes [Cia Les Commediens Tropicales, Quarteto à Deriva, Bruta Flor Filmes] – Beto Sporleder, Bruna Lessa, Cacá Bernardes, Carlos Canhameiro, Daniel Gonzalez, Daniel Muller, Guilherme Marques, Michele Navarro, Paula Mirhan, Rodrigo Bianchini, Rui Barossi, Tetembua Dandara. Música – Beto Sporleder, Daniel Muller, Guilherme Marques, Paula Mirhan e Rui Barossi. Direção Audiovisual e Montagem –Bruna Lessa. Direção de Fotografia e Fotos – Cacá Bernardes. Drones – Sóllon Rodrigues. Designer Gráfico – Renan Marcondes. Edição de Som e Mixagem – Rui Barossi. Técnicos –Cauê Gouveia e Matias Arce. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Produção – Mariana Pessoa e Tetembua Dandara

 

 

 

 

 

 

15 anos + 1_Cia LCT e ADV
De 2 a 8 de dezembro, quinta a quarta-feira, no YouTube.com/centroculturalsaopauloccsp.

Medusa In.ConSerto – o documentário
Duração obra – 28 minutos
Duração conversa – 60 minutos
Livre
Gratuito

Quinta-feira, 2 de dezembro, às 19h30.
Após apresentação conversa com Paloma Franca Amorim.

Sábado, 4 de dezembro, às 19h30.
Após apresentação conversa com Helena Vieira.

 

Música para Poltrona Vazia
Duração obra – 45 minutos
Duração conversa – 60 minutos
Livre
Gratuito

Sexta-feira, 3 de dezembro, às 19h30.
Após apresentação conversa com Inês Terra.

Domingo, 5 de dezembro, às 19h.
Após apresentação conversa com Mariá Portugal.

 

in.verter à deriva
Duração obra – 33 minutos
Duração conversa – 60 minutos
Livre
Gratuito

Segunda-feira, 6 de dezembro, às 19h.
Após apresentação conversa com Débora Monteiro, Georgette Fadel e Kil Abreu.

Terça-feira, 7 de dezembro, às 19h.
Após apresentação conversa com Tica Lemos e Jonas Golfeto.

Quarta-feira, 8 de dezembro, às 19h.
Após apresentação conversa com Verônica Fabrini e Weber Fonseca.

 

Foto in.verter à deriva: Cacá Bernardes

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