António Zambujo canta Chico Buarque em show único no Tom Brasil

O cantor português António Zambujo chega no dia 19 de novembro ao Tom Brasil com a turnê “Até pensei que fosse minha”, com o repertório do CD em que faz uma declaração de amor à obra de Chico Buarque…

 

 

 

É o seu primeiro álbum inteiramente luso-brasileiro, gravado lá e cá, com músicos brasileiros e portugueses. No repertório, clássicos de Chico como “Cálice”, “Tanto Mar”, “Futuros Amantes”, “Folhetim” e “Valsinha”. Roberta Sá fará uma participação especial no espetáculo, cantando com ele “Sem Fantasia” e “Mambembe.

Com mais de 100 concertos agendados em vários países até o final de 2016, incluindo o Brasil, o português António Zambujo tornou-se um dos maiores artistas de seu país, capaz de agradar aos mais distintos públicos. Dos mais sofisticados aos mais simples, Zambujo é popular sem ser popularesco, ou “popularucho”, como se diz em Portugal, e segue lotando teatros tradicionais como os Coliseus do Porto e Lisboa, ganhando prêmios e emplacando canções nas listas de mais vendidos nas lojas digitais.

Gravar Chico Buarque foi uma consequência natural para quem desde cedo escuta Tom Jobim, Vinícius de Moraes, João Gilberto, Caetano e o próprio Chico: “Escolher as canções foi a tarefa mais difícil de todas porque em meio a tantas belezas, tanta música boa que nos traz tantas lembranças, houve muita coisa que ficou de fora. Eu teria que fazer uns trinta discos se quisesse gravar todas as música do Chico de que eu gosto”, pontua Zambujo. “Com a Roberta Sá fizemos ‘Sem Fantasia’, porque nós já cantávamos ao vivo”, revela.

Sobre o momento especialmente bem-sucedido de sua carreira, o português do Alentejo que já se sente em casa por aqui, é enfático: “Acabo por nunca pensar muito nisto…O sucesso do público é uma consequência, mas nunca tem influência nas minhas escolhas artísticas”.

Ficha Técnica
António Zambujo – voz e violão
Ricardo Cruz – baixo acústico
Bernardo Couto – viola portuguesa
Marcello Gonçalves – violão de sete cordas
Anat Cohen – sopros

 

 

 

António Zambujo – “Até pensei que fosse minha”
Tom Brasil
Rua Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antônio
Capacidade: 1.800 lugares
Duração: Aproximadamente 1h30
Domingo, 19 de novembro, às 20h
Horário de abertura da casa: 2h antes do espetáculo
Censura: 14 anos
Ingressos:
Camarote R$ 180,00
Frisas R$ 140,00
Cadeira Alta R$ 100,00
Setor Vip R$ 180,00
Setor 01 R$ 140,00
Setor 02 R$ 120,00
Bilheteria:
Rua Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antônio
(Horário de atendimento: segunda a sábado, das 10h às 20h e domingos e feriados, das 10h às 18h)
* Em dias de espetáculo a bilheteria terá seu horário estendido em 30 minutos apos o inicio do show, ou o quanto for necessário.
Vendas OnLine: Ingresso Rápido
Formas de Pagamento: cartões de crédito Visa, Mastercard, Credicard, Diners;
Para a compra de ingressos para estudantes, aposentados e professores estaduais, os mesmos devem comparecer pessoalmente portando documento na bilheteria respectiva ao show ou nos pontos de venda da Ingresso Rápido. Esclarecemos que a venda de meia-entrada é direta, pessoal e intransferível e está condicionada ao comparecimento do titular da carteira estudantil no ato da compra e no dia do espetáculo, munido de documento que comprove condição prevista em lei.
Estacionamento: Hot Valet (com manobrista)
Aceitamos dinheiro e cartões de débito e crédito (Visa, Mastercard, Credicard e Diners)
Não aceitamos cheques
Acesso para deficientes físicos
Ar condicionado

 

 

António Zambujo
Nasceu em Beja, Alentejo, a 19 de Setembro de 1975. Por inerência familiar e geográfica, cresceu a ouvir a gravitas do cante alentejano. Sabe-se, também, que, ainda pequeno, se deslumbrou com as grandes vozes fadistas, Amália Rodrigues à cabeça, mas trazendo à ilharga Maria Teresa de Noronha, Alfredo Marceneiro ou Max. Dispôs de uma feliz infância musical – começou a estudar clarinete com apenas oito anos – e de uma adolescência activa neste campo – cantando en família ou ganhando um concurso destinado a jovens fadistas, quando tinha 16 anos –, até que aportou a Lisboa, numa decisão de risco que ajudou a moldar-lhe o futuro. Em dois passos, fez-se amadurecer: no primeiro, pela mão do guitarrista e compositor Mário Pacheco, conheceu em regime diário (ou nocturno, se preferirem) os bastidores e os segredos do universo fadista, juntando-se ao elenco do Clube do Fado. No segundo, desbastou as inseguranças e os truques do palco, como um dos escolhidos por Filipe La Féria para o musical Amália, em cena durante quatro anos; António era nem mais nem menos do que Francisco Cruz, o primeiro marido de Amália.

Os capítulos de estreia em gravações próprias reafirmam o que atrás se disse: em 2002, publica O Mesmo Fado, já com composições por si desenhadas, fados de reportórios clássicos, contactos firmados com autores de primeira linha. Depois, em 2004, vira-se a Sul, debruçando-se sobre o Cancioneiro de Beja e dando novas cores à sementeira alentejana, já em comunhão aberta com o Fado, em que persiste – e persistirá – em casar a melhor memória com a novidade de eleição. O segundo álbum chama-se Por Meu Cante, e os dois títulos sublinham o cruzamento que atrás se referiu – e que nunca foi uma encruzilhada. Assumem uma impressionante regularidade os seus concertos no estrangeiro (só nesse ano, deixa a sua impressão digital em Paris, Toronto, Santander, Sarajevo ou Zagreb, para referir alguns exemplos). O segundo álbum contribuirá ainda, de forma decisiva, para novo prémio, o de Melhor Intérprete Masculino de Fado, atribuído pela Fundação Amália Rodrigues. Torna-se “embaixador” da Música Portuguesa, representando-a em festivais internacionais (caso do Atlantic Waves, em Londres). Participa de uma homenagem especial a Alain Oulman, um dos grandes fornecedores de Amália, na Festa do Avante!.

Com uma cadência certa e segura, António Zambujo vai disseminando os seus talentos – assim se explica, por exemplo,a presença de um grupo (Angelite) de Vozes Búlgaras no seu terceiro álbum, Outro Sentido, publicado em 2007. O disco permite ao cantor de Beja edições na Europa e nos Estados Unidos e, em simultâneo, o direito a reclamar um lugar autónomo e eleito no planeta da world music, salvaguarda para muitos dos que, em diferentes latitudes, ousam a diferença, que pode passar sobretudo pela autenticidade, como é o caso. Com o álbum, lançado no selo World Village da editora Harmonia Mundi, e com as suas constantes viagens, Zambujo conquista novas praças-fortes de divulgação, nomeadamente a francesa (Outro Sentido esteve colocado no topo de vendas da poderosa cadeia FNAC). Outra “excursão” altamente compensadora leva-o ao Brasil, com valiosas colaborações (Ivan Lins, Roberta Sá, Zé Renato) e com aplausos insuspeitos e entusiásticos (com destaque para a declaração de Caetano Veloso: “Quero ouvir mais, mais vezes, mais fundo (…) É de arrepiar e fazer chorar”.

Nesse Outro Sentido, dava-se largas à paixão pela música chegada do Brasil, especialmente aquela que parecia vir do fundo dos tempos (Vinicius de Moraes). Essa tendência para a travessia do Atlântico, mantida até hoje, aprofunda-se em Guia, álbum lançado em 2010, com a inclusão de temas assinada por novos valores brasileiros como Rodrigo Maranhão, Márcio Faraco ou Pierre Aderne, mas de igual forma com a solidificação de um núcleo admirável de contribuintes nacionais para a excelência do tesouro depositado na voz de António Zambujo – os poemas de Aldina Duarte, Maria do Rosário Pedreira, José Eduardo Agualusa, João Monge, as canções de Miguel Araújo. Esta lista chega para tornar transparente o crescimento “uniformemente acelerado” de António Zambujo, cujo reconhecimento e popularidade conduzem a espectáculos em países tão improváveis como Dinamarca (o seu concerto na Womex2010 deu direito a um programa de televisão exibido no prestigiado canal de televisão Mezzo), Noruega, Azerbaijão, Israel ou Bulgária. O seu trabalho vai sendo aplaudido pela crítica nacional (Blitz, Ípsilon/Público, Jornal de Letras) e internacional (revista Mondomix em França, revista Songlines em Inglaterra). Em paralelo, Zambujo confirma-se como valor acrescentado em festivais em Portugal (o Med de Loulé e Sines) e no estrangeiro (os franceses Chateauvallon e Nuits de Fourvière, respectivamente em Toulon e Lyon).

Quando chega Quinto, já o artista faz convergir em pleno o carinho, o aplauso e o entusiasmo de um público que sabe bem como distinguir o simples do simplista, o popular do popularucho, o calmo do nulo, o genuíno do fabricado. Canções como Lambreta ou Flagrante partem resolutamente para o “domínio público”, ao mesmo tempo que o seu intérprete é desafiado para duetos, colaborações, composições e autorias c cedidas a terceiros. Zambujo passa a situar-se numa das raras vagas para os que são vistos como medida-padrão, faz questão de deixar gravado um dos seus enormes encontros com o público em sala mágica (Lisboa, 22:38 – Ao Vivo No Coliseu), alinha ao lado de Ana Moura numa série de espectáculos que muitos não conseguirão – nem quererão – esquecer.

Vem, mais recentemente, outra jornada que vai parar à Rua da Emenda. Um disco que ora é viela estreita para amores arraçados de fadista, ora se transforma em avenida larga para escalas que trazem todo o mundo (Brasil, França, Uruguai, África) para a dimensão maior de um artista português. Dispensa os condicionamentos de trânsito, porque, guiados pelo sinaleiro que canta, todos têm lugar, sem problemas de estacionamento: aos lugares reservados para os colaboradores habituais, somam-se espaços novos e amplos para quem chega e é recebido em festa, casos de Samuel Úria e José Fialho Gouveia. As geografias ajustam-se à dimensão desta rua onde, num ápice, cabem os talentos imortais de Noel Rosa ou de Serge Gainsbourg, lado a lado com os nossos contemporâneos Jorge Drexler, Rodrigo Maranhão ou Pedro Luís. Prova de que esta Rua da Emenda é, afinal, uma rua do mundo. Generosa, coerente, variada e fascinante, como só acontece com aquilo que é tangente às nossas vidas.

Em 2015 António Zambujo voltou sem medo onde já foi feliz: aos palcos. Começou o ano em Paris, onde deu 13 concertos em 12 dias e chegou ao nº1 do top de World Music do iTunes francês. Mais tarde, e depois de 3 noites entre os Coliseus do Porto e Lisboa, foi agraciado com dois Globos de Ouro para Melhor Intérprete Individual e Melhor Música, com “Pica do 7”. Em Junho seria condecorado pelo Presidente da República com a comenda de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Continua numa intensa digressão, nacional e internacional, com mais de 100 concertos já agendados para o ano de 2016. São noites em que nos sentimos convocados a agradecer-lhe todos estes anos, todas estas canções, todos estes momentos em que a sua voz foi o espelho, necessariamente melhorado, das nossas próprias vozes. E lá estaremos, ao lado de quem nos chama, sem nunca nos gritar.

 

Foto: Rita Carmo
Foto: Filipa Vala

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