Ocupação Mulheres Protagonistas acontece no Teatro Arthur Azevedo

Idealizada pela Damas Produções, coletivo que tem como foco a discussão da identidade de gênero e o protagonismo feminino nas artes, a Ocupação Mulheres Protagonistas conta, durante o mês de março, com apresentações de teatro, dança, performances, cinema e bate-papo…

 

 

 

 

Pensada especialmente para comemorar o mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher e os cinco anos de atuação da Damas Produções, coletivo formado pelas artistas Ana Paula Lopez, Camila Couto e Sol Faganello, a Ocupação Mulheres Protagonistas traz ao público, em parceria com outras companhias e artistas convidadas, quatro espetáculos de teatro, um de dança, três performances, exibição de curta-metragem e bate-papo. A ocupação, que começa dia 6 de março, sexta-feira, às 19h, acontece durante todo o mês de março no Teatro Arthur Azevedo e pretende promover um espaço de compartilhamento entre mulheres artistas e o público.

O bate-papo Narrativas Construídas por Mulheres com artistas mulheres que se dedicam a criação de narrativas no teatro, no cinema, na literatura e na poesia, abre a Ocupação Mulheres Protagonistas (dia 6 de março, sexta-feira, às 19h). Com mediação da diretora, dramaturga e crítica Silvana Garcia, o público poderá conhecer e conversar com a atriz e cineasta Maria Fanchin, com as dramaturgas Tatiana Ribeiro, Silvia Gomez, Dione Carlos, Ave Terrena e Drica Czech, com multiartista e curadora de arte Natalia Mallo e com a poeta e editora Bárbara Esmenia. No mesmo dia, às 20h30, acontece a exibição do curta-metragem Quando Elas Cantam, com direção de Maria Fanchin. O documentário acompanha os encontros do projeto Voz Própria, focado no tratamento terapêutico das mulheres presas, para um show na Capela da Penitenciária Feminina da Capital de São Paulo.

Com o objetivo de dar protagonismo às mulheres, ampliar o alcance de suas manifestações artísticas e ocupar os espaços com suas subjetividades, trajetórias e produções, a Ocupação Mulheres Protagonistas reúne companhias e artistas com o objetivo de estabelecer diálogos de fortalecimento frente ao cenário de censura e opressão da atualidade. Participarão da ocupação mulheres cis e trans, lésbicas, heterossexuais, bissexuais, negras, brancas, apresentando um panorama diverso sobre a produção artística de mulheres na cidade de São Paulo.

Idealizada pela Damas Produções, coletivo de mulheres multiartistas da cidade de São Paulo, que desde 2015 vêm se dedicando à criação de espetáculos para o público infantil e adulto, em pesquisas que tem como foco a discussão da identidade de gênero e o protagonismo feminino nas artes, a Ocupação Mulheres Protagonistas convida diversas artistas, mulheres empoderadas e movedoras da cena contemporânea para, unidas, ocupar o Teatro Arthur Azevedo e comemorar, questionar, manifestar e principalmente causar no mês das mulheres.

 

 

Linguagens

Durante todo o mês de março, o público poderá assistir espetáculos de dança, performance e teatro criados e produzidos por coletivos de artistas mulheres, como a performance Intento 00035 – Ça M’énerve!!! (dia 7 de março, sábado, às 19h) criado por Estela Lapponi, que se se despe e aponta em seu corpo todos os “defeitos” que lhe incomodam. Com a ajuda do público, cobre estas partes com uma fita FRÁGIL. Já a performance Melancias (dia 7 de março, sábado, às 20h), de Leticia Sekito e Companhia Flutuante discute as relações entre corpo, movimento e erotismo nas artes do corpo e na vida.

No dia 8 de março, domingo, a partir das 17h, o Grupo Xingó apresenta o espetáculo de dança-teatro Socorro, se eu fosse você me movia e também leva para a cena o Não Cala! Cabaré Feminista com canções e poesias de diversas artistas integrantes de coletivos da cidade de São Paulo.

Senhora X, Senhorita Y, da Damas Produções, sobe ao palco de 13 a 15 de março, sexta-feira e sábado, às 19h e domingo, às 17h. O espetáculo de teatro tem direção e dramaturgia de Silvana Garcia e conta com as atrizes criadoras Ana Paula Lopez e Sol Faganello e a performer sonora Camila Couto. A partir do texto A Mais Forte, de August Strindberg as duas atrizes e a performer se lançam num jogo em que intercambiam diversos papéis, explorando com humor ácido as construções heteronormativas do feminino sugeridas pelo autor sueco. Elas desafiam Strindberg ao reivindicar o lugar de fala do corpo lésbico como protagonista da cena.

 

Protagonismo feminino

A peça-manifesto Plantar Cavalos para Colher Sementes: manifestos femininos e feministas com direção de Ronaldo Serruya e com as manifestantes Ana Vitória Prudente, Camila Couto, Ericka Leal, Gabi Costa, Patrícia Cretti, Tatiana Ribeiro e Thais Sanches faz apresentações de 20 a 22 de março, sexta-feira e sábado, às 19h e domingo, às 17h. Cada artista traduz em cena seu lugar de fala revelando sua vivência, a experiência como discurso. Os manifestos pensam o lugar da mulher numa sociedade machista e misógina que enfrenta altos índices de feminicídio.

A Cia. de Teatro Enlatado encerra a ocupação com dois espetáculos. Nos dias 27 e 28 de março, sexta-feira e sábado, às 19h acontecem as apresentações de 2[duas], texto de Maíra de Grandi, que está em cena ao lado de Mariana Mantovani, que dá continuidade à pesquisa do grupo sobre as fronteiras entre o teatro, dança e performance. Na peça, duas mulheres desconhecidas visitam o mesmo imóvel para alugar e que, sem saber, possuem as mesmas inquietações. A incompletude e a solidão no mundo contemporâneo são representadas com ironia e humor. Já no dia 29 de março, domingo, às 17h, é a vez da montagem de Deus me dê a Confiança de um Homem Branco Medíocre com texto e interpretação de Maíra de Grandi. O monólogo, que terá estreia na ocupação, é sobre o embate e o flerte entre a força física e a fragilidade emocional traz uma mulher que se encontra trancada dentro de si, perdeu a chave, esqueceu a senha e agora é obrigada a refazer sua trajetória para achar onde perdeu o controle de sua vida.

Ficha Técnica
Idealização e Realização: Damas Produções
Produção: Sol Faganello, Ana Paula Lopez e Camila Couto
Arte gráfica: Natalia Sayuri
Assessoria de Imprensa: Nossa Senhora da Pauta.

 

 

 

 

Ocupação Mulheres Protagonistas
Teatro Municipal Da Mooca Arthur Azevedo
Sala Multiuso
Avenida Paes de Barros, 955 – Mooca
Tel.: 2604-5558
Capacidade: de 50 a 100 lugares
De 6 a 29 de março, na Sala Multiuso do Teatro Arthur Azevedo.
Sextas-feiras, sábados e domingos.

 

Bate-papo

Narrativas Construídas por Mulheres
Dia 6 de março, sexta-feira, às 19h

As integrantes do bate-papo irão expor um pouco de seus trabalhos e, a partir da mediação de Silvana Garcia, estabelecer diálogos entre suas trajetórias e a produção realizada por mulheres na cidade.

Mediação: Silvana Garcia | Integrantes da mesa: Maria Fanchin, Natalia Mallo, Ave Terrena, Tatiana Ribeiro, Silvia Gomez, Dione Carlos, Drica Czech e Bárbara Esmenia | Livre | Duração: 90 minutos | Ingressos gratuitos.

 

Cinema

Quando Elas Cantam
Dia 6 de março, sexta-feira, às 20h30

O documentário acompanha os encontros do projeto Voz Própria, focado no tratamento terapêutico das mulheres presas, para um show na Capela da Penitenciária Feminina da Capital de São Paulo. O filme teve sua estreia no 22˚ Festival de Tiradentes em janeiro de 2019 e foi convidado para diversos festivais ao redor do mundo, entre eles o 31˚ Cinelatino em Toulouse – França, IFEMA – Suíça, Hot Docs – Canadá. Recebeu o Prêmio de Público no 22˚ Festival de Cinema Luso-Brasileiro em Santa Maria da Feira em Portugal. Recebeu Melhor Contribuição Artística no 26˚ Festival de Vitória – ES, Brasil, Prêmio Categoria Especial do Júri no Cine Esquema Novo de Porto Alegre – RS, Brasil e Prêmio Melhor Filme Júri Popular no 8˚ Festival Curta Brasília – DF, Brasil.

Direção: Maria Fanchin | Livre | Duração: 28 minutos | Ingressos gratuitos.

 

 

Performance

Intento 00035 – Ça M’énerve!!!
Dia 7 de março, sábado, às 19h

Nesta performance Zuleika Brit se despe perante o público e revela cada detalhe de seu corpo. Aponta todos os defeitos que lhe incomodam em seu corpo cobrindo-o, com a ajuda do público, com a fita FRÁGIL. O que resulta em um corpo amarrado em FRÁGIL. Um corpo preso. Um corpo paralisado. Um corpo que já não pode mais agir. Um corpo para ser visto. O que acontece depois só o público pode decidir.

Concepção e performance: Estela Lapponi | Produção: Casa de Zuleika | Foto: Ivson Miranda | Recomendado para maiores de 18 anos | Duração: 60 minutos | Ingressos: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada).

 

Melancias
Dia 7 de março, sábado, às 20h

A performance de Letícia Sekito e Companhia Flutuante discute as relações entre corpo, movimento e erotismo nas artes do corpo e na vida. A artista vem desenvolvendo uma pesquisa sobre corpo e erotismo, na dança e na performance e desde 2016 fez parcerias com o performer dinamarquês Peter Michael Dietz e com a cantora argentina Inés Terra.

Concepção e performance: Leticia Sekito | Produção: Companhia Flutuante | Foto: Estela Lapponi | Recomendado para maiores de 16 anos | Duração: 40 minutos | Ingressos: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada).

 

Não Cala! Cabaré Feminista
Dia 8 de março, domingo, às 17h40

O Cabaré Feminista surge em 2017 da junção e inquietação de mulheres integrantes de diversos coletivos artísticos da cidade de São Paulo. O trabalho nasce como um manifesto com canções e poesias que provocam a reflexão e o debate sobre temas centrais da mulher contemporânea como maternidade, trabalho doméstico, autonomia dos corpos e igualdade de gênero. Um cabaré cênico-musical, com composições que questionam os padrões sociais de comportamento vigentes na sociedade.

Direção Musical: Elaine Guimarães e Evelin Fomin | Direção Cênica: Fernanda Azevedo e Beatriz Calló | Elenco: Elaine Guimarães, Evelin Fomin, Kakau Gusmão, Natália Siufi, Neide Nell, Vanessa Biffon, Ruth Melchior | Músicos: Lienio Medeiros, Natália Siufi, Zeca Loureiro, Carla Keyse | Foto: Alan Siqueira | Livre | Duração: 40 minutos | Ingressos: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada).

 

 

Dança

Socorro, se eu fosse você eu me movia
Dia 8 de março, domingo, às 17h40

So.corro é trabalho. é Obra! “É obra de arte? É dança? É teatro? É de grupo? É político? é de direita ou de esquerda? É ato? É manifestação? É protesto? Pode participar? Pode rir? É pra chorar? Ela não fala nada?” Socorro cansa de tanto que move, de faxina-emprego-cozinha-filho pra lavar. Socorromorre todos os dias em hospitais da morte programada. Socorro é nordestina e gosta sempre de acocorar. Socorro só quer ser útil para alguma coisa nessa vida. Socorro é mãe vó e bizavó. É antiga Socorro. So.corro é mulher e está em movimento. Até lá, So.corro é silêncio e música, dentro de cada Cor-Ação.

Direção e Dramaturgia: Natália Siufi | Intérprete-Criadora: Erika Moura | Foto: Arô Ribeiro | Livre | Duração: 40 minutos | Ingressos: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada).

 

 

Teatro

Senhora X, Senhorita Y
De 13 a 15 de março, sexta-feira e sábado, às 19h e domingo, às 17h

Sob o pretexto de representar a peça A Mais Forte, de August Strindberg, duas atrizes e uma performer sonora se lançam em um jogo pelo qual intercambiam diversos papéis, explorando com humor ácido as construções heteronormativas do feminino sugeridas pelo texto. Indo mais longe: elas desafiam o autor sueco pela exposição de um disparador imprevisto: o corpo lésbico reivindicando o protagonismo da cena. O que diria Strindberg disso tudo?

Direção Geral e Dramaturgia: Silvana Garcia | Elenco: Ana Paula Lopez e Sol Faganello | Performance e Dramaturgia Sonora: Camila Couto | Produção e Realização: Damas Produções | Foto: Maria Fanchin | Recomendado para maiores de 14 anos | Duração: 60 minutos | Ingressos: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada).

 

Plantar Cavalos para Colher Sementes: Manifestos femininos e feministas
De 20 a 22 de março, sexta-feira e sábado, às 19h e domingo, às 17h

Livremente inspirada no manifesto Falo pela minha diferença do ativista chileno Pedro Lemebel, trata-se de uma peça-manifesto onde cada artista traduz em cena seu lugar de fala, revelando a vivência como algo que se inscreve no corpo e na carne, a experiência como discurso. Trata-se aqui de performar o corpo e a voz ao usá-los como instrumentos, sem perder a dimensão política, estabelecendo com cada um deles uma espécie de canal com a plateia. Uma reflexão atual acerca da opressão que as mulheres enfrentam na sociedade.

Direção, concepção e pesquisa: Ronaldo Serruya | Manifestantes: Ana Vitória Prudente, Camila Couto, Ericka Leal, Gabi Costa, Patrícia Cretti, Tatiana Ribeiro e Thais Sanches | Apoio: Grupo XIX de Teatro | Foto: Leonardo Waintrub | Recomendado para maiores de 18 anos | Duração: 80 minutos | Ingressos: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada).

 

2[duas]
Dias 27 e 28 de março, sexta-feira e sábado, às 19h

Duas mulheres desconhecidas que visitam o mesmo imóvel para alugar e que, sem saber, também possuem as mesmas inquietações. A incompletude e a solidão no mundo contemporâneo são representadas com ironia e humor em um espetáculo sobre as complexas relações humanas. Ao mesmo tempo em que elas representam dois universos que ocupam o mesmo lugar no espaço, também dividem a espera, o medo de agir e as suas consequências tão devassadoras.

Dramaturgia: Maíra De Grandi | Direção: Adriana Ospina e Maíra De Grandi | Elenco: Mariana Mantovani e Maíra de Grandi | Realização: Cia. de Teatro Enlatado | Foto: Nora | Recomendado para maiores de 12 anos | Duração: 60 minutos | Ingressos: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada).

 

Deus me dê a Confiança de um Homem Branco Medíocre
Dia 29 de março, domingo, às 17h

Uma mulher se encontra trancada dentro de si, ela perdeu a chave, esqueceu a senha e agora é obrigada a refazer sua trajetória para achar onde perdeu o controle da sua vida. Suas fortalezas e certezas são colocadas a prova. Ela precisa sair/ achar a saída, depende dela, vai depender se ela tem força pra isso. Deus me dê a confiança de um homem branco medíocre é um monólogo sobre o embate e o flerte entre a força física e a fragilidade emocional.

Dramaturgia e Interpretação: Maíra De Grandi | Realização: Cia. Teatro Enlatado | Foto: Rafael P. | Recomendado para maiores de 14 anos | Duração: 40 minutos | Ingressos: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada).

 

 

Foto Senhora X, Senhorita Y: Maria Fanchin

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